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Continuação bíbliologia
Continuação bíbliologia

Novo Testamento

Logo depois da ressurreição de Cristo, aqueles que foram testemunhas oculares de sua glória saíram pregando o Evangelho, a todos os lugares. Isso era feito verbalmente. Com o passar dos anos, surgiu a necessidade de registrar aquilo que ensinavam. Foi aí que os livros do Novo Testamento começaram a ser escritos. É bom lembrar que, enquanto o Antigo Testamento levou cerca de 1046 anos para ser escrito, o Novo Testamento o foi em menos de 100 anos.

O Novo Testamento tem 27 livros. Foi escrito em grego popular, conhecido como Koiné. Os livros são classificados em quatro grupos, conforme o assunto, ou seja: Biografia, História, Epístolas e Profecia.

a) Biografia - São os quatro Evangelhos. Descrevem a vida terrena de Jesus e seu ministério. Os três primeiros Evangelhos são chamados de Sinópticos devido ao paralelismo existente entre eles. Os Evangelhos são os livros mais importantes da Bíblia. Os demais livros são uma preparação para a vinda de Cristo ou uma explicação sobre a doutrina de Cristo.

b) História - É o livro de Atos dos Apóstolos. Registra a história da Igreja primitiva.

c) Epístolas - São 21 cartas, e vão de Romanos a Judas. Elas contém a doutrina da Igreja. Podem ser divididas da seguinte forma: (I) Nove são dirigidas a igrejas (de Romanos a 2 Tessalonicenses); (II) Quatro são dirigidas a indivíduos (duas a Timóteo, uma a Tito e outra a Filemon); (III) Uma é dirigida aos hebreus cristãos; (IV) Sete são dirigidas a todos indistintamente (Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e Judas). Estas são também chamadas universais, ou gerais, mesmo duas delas serem dirigidas a pessoas (2 e 3 João). d) Profecia - Trata-se do livro de Apocalipse ou Revelação. Esse Livro aborda os eventos finais referentes ao universo, a terra, a igreja e ao destino da humanidade.

nos entende  em ordem Cronologica

1 Tessalon. 51 d.C. Atos dos Apóstolos 64 d.C. 2 Tessalon. 52 d.C. 1 Timóteo 64 d.C. 1 Coríntios 56 d.C. 1 Pedro 64 d.C. 2 Coríntios 57 d.C. Tito 65 d.C. Gálatas 57 d.C. Mateus 65 d.C. Romanos 58 d.C. 2 Pedro 64/65d.C. Marcos 59/60 d.C. 2 Timóteo 67 d.C. Efésios 61 d.C. Judas 70 d.C. Tiago 61 d.C. João (Ev) 85 d.C. Filipenses 62 d.C. 1 João 90 d.C. Colossen. 62 d.C. 2 João 90 d.C. Filemom 62 d.C. 3 João 90 d.C. Lucas 63 d.C. Apocalipse 96 d.C. Hebreus 63 d.C.

2.2 Épocas da Bíblia

Os livros, na Bíblia, não seguem uma ordem cronológica, pois são agrupados conforme o assunto que abordam. Devido a isso, algumas pessoas podem se confundir com a seqüência da leitura do texto bíblico.

Para facilitar, estaremos apresentando em síntese a cronologia do texto bíblico, ou seja, a seqüência histórica em que os fatos bíblicos aconteceram. Não pretendemos aprofundar aqui o estudo da cronologia bíblica, mas apenas apresentar uma idéia de como os fatos aconteceram. Na seqüência, os livros serão apresentados na ordem cronológica, até onde se conhece na atualidade.

 

 

2.2.1 Época Abraâmica

Trata-se do primeiro período de narrativa bíblica, estando dividido em duas partes: o Período Antediluviano e do Dilúvio a Abraão. a) Período Antediluviano: período de Adão ao Dilúvio. Contém o relato da origem de todas as coisas, terminando no capítulo seis de Gênesis.

Esse período registra fatos ocorridos nas imediações do Jardim do Éden, no vale do Rio Eufrates. Por lá estiveram também Abraão e Noé. Para conhecer bem as civilizações primitivas que viveram naquela região recomenda-se o estudo do capítulo 10 de Gênesis. As cidades mencionadas neste capítulo eram cidades-reinos, com governo próprio. Destaca-se nesse período a presença de homens de Deus como Abel, Sete, Noé e Enoque.

A vida extraordinariamente longa desses homens se explica principalmente pelos seguintes motivos: a) as conseqüências do pecado ainda eram pequenas sobre o homem; b) a maldição devido a queda do homem estava apenas começando; c) as condições climáticas eram outras; d) a capacidade da terra de produzir alimentos era bem melhor; e) a longevidade era necessária ao povoamento da terra; f) temos que considerar a misericórdia de Deus para com uma raça humana ainda ineficiente.

b) Do dilúvio a Abraão - após o dilúvio (Gn 6 a 11), muitas cidades antigas foram reconstruídas. A arca de Noé repousou em um dos montes da cordilheira de Ararate, perto das cabeceiras do Eufrates, mas Noé retornou a sua terra primitiva - Sinar, mais tarde chamada de Babilônia (Gn 11.2). Cerca de 100 anos após o Dilúvio, aconteceu a dispersão das raças por causa da confusão das línguas na Torre de Babel (Gn 11).

Em Gênesis 10 podemos ver uma descrição detalhada de como estavam distribuídas as nações após o Dilúvio. A família de Abraão vivia na cidade de Ur, que na época era capital da Suméria. Abraão foi fiel a Deus em um ambiente influenciado pela idolatria. Alguns teólogos afirmam que Sem foi contemporâneo de Abraão durante 150 anos, e pode ter transmitido a ele os ensinamentos divinos.

2.2.2 A Época de Israel

Trata-se do período histórico de Israel, um dos centros da narrativa bíblica, pois foi de Israel que nasceu Cristo, tema central da Bíblia.

a) Período Patriarcal: esse período vai de Abraão a José, de Canaã ao Egito. É com Abraão que começa a história de Israel como povo eleito. É ele o pai da raça hebréia (Sl 105.6; Jo 8.56). Abraão vivia em Ur, onde recebeu o chamado de Deus para fundar uma nação escolhida. Com isso, ele segue para Canaã, parando em Harã. Abraão era homem de grandes posses, bem relacionado com os reis e pessoas influentes da época.

Quando Abraão chegou a Canaã, a terra era habitada por nações excessivamente ímpias. A terra precisava ser conquistada. Deus revela seus planos a Abraão, mostrando que toda aquela terra seria de sua descendência. O cumprimento da promessa aconteceu muitos anos mais tarde.

b) Israel no Egito: esse período vai da morte de José ao Êxodo, abrangendo a escravidão de Israel no Egito. O período começa com a ida de Israel para o Egito, relatada nos primeiros 12 capítulos de Êxodo, por ocasião da fome em toda a terra. Após a morte de José, Israel teve cerca de 60 anos de paz, antes de começar a escravidão. Depois de muito sofrimento, no tempo oportuno, Deus levantou Moisés para retirar seu povo do Egito.

c) Israel no Deserto: trata-se de um período de 40 anos, tempo que Israel gastou desde a saída do Egito até a entrada em Canaã. A viagem poderia ter sido feita em bem menos tempo, mas o povo foi rebelde. Deus precisava prepará-lo melhor para a nova vida, na Terra Prometida.

Durante a viagem, a nação de Israel foi fundada, as leis foram criadas e os mandamentos divinos foram revelados. O povo, que antes era escravo do Egito, aprendeu a conviver com a presença de Deus. Todas as ordenanças do deserto apontavam para Cristo como a perfeita expiação do pecado. Destacam-se como líderes nesse período Moisés e Josué (civis) e Arão e Eleazar (religiosos). Moisés não pisou em Canaã, mas antes de morrer avistou a terra e a dividiu entre as tribos de Israel.

d) A Conquista de Canaã: esta fase da História de Israel está descrita no livro de Josué. Sob o comando de Josué, Israel cruza o rio Jordão e acampa-se em Gilgal, onde montou sua base de operações para a conquista de Canaã. Essa conquista aconteceu em três fases: a fase sul, a fase central e a fase norte.

Durante a conquista, o Tabernáculo é montado em Siló, permanecendo lá até o tempo dos Juizes. A conquista somente não foi bem sucedida porque Israel não destruiu os povos vizinhos conforme determinação de Deus. Era preciso realizar essa destruição para que o povo de Israel se mantivesse livre da influência pecaminosa daquelas nações.

Enquanto Israel obedeceu a Deus, venceu aos inimigos. Mas quando deixou de obedecê-lo, ficou enfraquecido e sofreu derrotas. O livro de Josué vai até a sua morte, cobrindo um período de 23 anos. Destacam-se como profetas dessa época um anônimo (Jz 6.8-10) e Débora (Jz 4.4).

e) Os Juízes: esse período vai da morte de Josué ao fim do ministério de Samuel. Na mesma época foram escritos os livros de Rute e 1 Samuel 1 a 9. O governo de Israel era realizado diretamente por Deus (teocrático), por meio de juízes que eram escolhidos para resolver as questões junto ao povo. Foi uma época de grande apostasia, anarquia e guerra civil, onde o povo entregou-se ao pecado. Cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos (Jz 21.25). O maior líder da época foi Samuel, o último dos juízes. Samuel também atuou como sacerdote e profeta. Também atuaram como profeta naquela época dois anônimos (Jz 6.8-10 e 1 Samuel 2.27-36) e Débora (Jz 4.4).

f) Monarquia: esse período abrange os reinados de Saul, Davi e Salomão. Foram escritos nesse período os livros de 1 Sm 9 a 1 Rs 12, 1 Cr 10 a 2 Cr 10. Foi um período áureo e esplendoroso para Israel. Saul fixou a capital em Gibeá. Davi conquistou Jerusalém das mãos dos jebuseus e tornou-a sua capital. Deus faz a aliança com Davi, prometendo-lhe nunca faltar herdeiros para o trono. Isso se cumpriu com Jesus Cristo, descendente de Davi.

O templo foi construído no reinado de Salomão. Foi uma obra imponente e magnificente, seguindo uma planta revelada pelo próprio Deus a Davi. A construção durou sete anos, e foi feita por 30 mil israelitas e 150 mil cananeus. Durante essa época houve diversos profetas não-literários (sua obra não foi escrita): um grupo, incluindo Saul (1 Sm 10.10); Gade; Natã; Aías. g) O Reino Dividido: Esse período vai da divisão dos reinos à época do cativeiro. Salomão iniciou bem o seu governo, sendo temente a Deus e piedoso. Mas na velhice, afastou-se de Deus, entregando-se à idolatria e tendo inúmeras mulheres, a maior parte vinda dos povos pagãos. Por causa disso, Deus fez a divisão dos reinos. A divisão foi predita pelo profeta Aías e aconteceu no governo de Robão, um dos filhos de Salomão.

Com a divisão, a parte do Norte chamou-se Israel. Teve 10 tribos. O primeiro rei foi Jeroboão I. A religião oficial foi o culto ao bezerro, religião que Jeroboão importou do Egito. Afundou-se no Baalismo, um culto indecente e desumano a Baal e Astarote. Os profetas Elias e Eliseu juntamente com o rei Jeú comandaram a luta contra esse tipo de culto.

O reino de Israel (Norte) durou 250 anos, teve 19 reis sendo o último Oséias. Todos adoraram o bezerro. O pior deles foi Acabe, e o menos pior foi Jorão, que quebrou a estátua de Baal mas continuou adorando o bezerro. Nenhum dos 19 reis procuraram levar o povo ao encontro com Deus.

Foi então que os reis Tiglate-Pileses III e Sargão II, da Assíria, invadiram o reino do norte levando o povo de Israel cativo 722 a.C.. Sargão enviou seus súditos para povoar Samaria, capital do reino do norte, originando assim os samaritanos, gerando uma religião mista que se prolonga até os tempos de Cristo. Além de destruir o reino do Norte, a Assíria invadiu Judá, capturando todo o Judá, menos Jerusalém, devido a uma intervenção de Deus. O anjo do Senhor feriu 185 mil assírios em uma só vez. Posteriormente, a Assíria foi vencida por Babilônia.

A partir dessa época, a cronologia bíblica se torna mais precisa. As olimpíadas gregas iniciadas em 776 a. C. e realizadas a cada quatro anos, são uma boa referência para o cálculo das datas. Além disso, o Império Romano deixou registros com datas bem precisas que servem de guia cronológico.

O reino do Norte teve os seguintes profetas: (I) Não-literários - os dois anônimos já mencionados; Elias; um outro anônimo (1 Rs 20.13); Micaías; Eliseu e Obede; (II) Literários - Jonas; Oséias; Amós (profeta de Judá, mas com mensagem para Israel) e Miquéias (idem).

O reino do Sul, Judá, teve duas tribos: Judá e Benjamim. Algumas famílias de outras tribos também se uniram a Judá. A tribo de Simeão ficava ao sul de Judá, sem comunicação com o Norte. A capital continuou sendo Jerusalém. Depois do cativeiro do reino do Norte, Judá permaneceu cerca de 100 anos livre. Judá teve 20 reis. Os três melhores reis foram Ezequias, Josias e Joás. O pior de todos os reis foi Atália.

h) O Cativeiro Babilônico: Nabucodonosor invadiu Judá e levou preso o rei Jeoaquim. Levou também cativos os membros da família real, inclusive Daniel. A contagem dos 70 anos de exílio começou em 606 a. C., quando três anos depois, Jeoaquim se rebela contra Nabucodonosor.

Depois disso, Nabucodonosor volta, saqueia o templo e leva Joaquim (filho de Jeoaquim), além de 10.000 outros judeus, entre príncipes e oficiais - a aristocracia judaica. Põe Zedequias, irmão de Jeoaquim como rei em lugar deste. Levou também cativo o Profeta Ezequiel.

Finalmente, em 587 a. C., Jerusalém é sitiada por Nabucodonosor. Depois de um ano e meio de cerco, acaba a resistência de Jerusalém. Acabam-se os alimentos e a cidade é tomada. O povo estava com fome. O rei Zedequias foi capturado quando tentava fugir, sendo levado até Nabucodonosor, onde teve os olhos vasados, sendo depois levado para a Babilônia. Alguns remanescentes pobres foram poupados, mas acabaram fugindo para o Egito.

Os profetas desse tempo foram: (I) Não literários - Semaías; Ido; Azarias; Eliézer; um anônimo (2 Cr 25.15); Hulda; Urias; Hanani; Jaaziel; (II) Literários - Daniel (na corte de Nabucodonosor); Ezequiel (no campo, entre os cativos. Era sacerdote); Jeremias (ficou entre os remanescentes).

O cativeiro curou Israel da idolatria até hoje. Desde então, os judeus não podem ser acusados de idolatria. Devido o cativeiro, as Escrituras passaram a ser estudadas e surgiram as sinagogas.

i) A Restauração de Israel: depois de 70 anos, previstos antes por Isaías, um governador persa, Ciro, proclamou o retorno dos judeus e restaurou Israel. O templo foi reconstruído, menor e menos rico que o anterior.

Ester, uma judia formosa, tornou-se rainha da Pérsia 58 anos após o retorno de Israel. O livro de Ester situa-se entre os capítulos 7 e 8 de Esdras.

O período da restauração teve os seguintes líderes: Josué e Esdras (religiosos); Zorobabel e Neemias (civis, atuando como governadores). Ageu e Zacarias, no início da reconstrução do templo. Malaquias, no final da reconstrução. Atuaram em relação ao cativeiro os seguintes profetas: Joel, Amós, Isaías e Miquéias, Sofonias, Naum, Habacuque, Obadias e Jeremias.